A continuação do sucesso Poltergeist lançado em 1986 traz uma sequência estragada pelo roteiro confuso do filme. Leia mais sobre minha crítica quanto a ele e tome suas próprias conclusões. Atenção, esse texto contém spoilers!
Quem é vidrado em filmes clássicos como eu (ou um pouco) sabe que continuações de filmes talvez nem precisariam ser criadas. Decididos de montar uma continuação por um filme que garantiu muito sucesso, os diretores montam roteiros horríveis e deixam o público enfurecido! Em minha opinião, não curti muito o primeiro filme, Poltergeist lançado em 1982, que traz a história de espíritos que gostam de "brincar" com as pessoas e destroem elas para possuirem forças. Porém, o filme foi um estrondo pela sua grande produção de efeitos especiais, indicado diversas vezes a premiações de cinema, e cá entre nós, um filme clássico e que conseguiu ter uma PRODUÇÃO ótima, porém uma história não muito boa..
E depois desse sucesso, o diretor Brian Gibson trouxe "Poltergeist II: O Outro Lado" que trouxe de volta a família Freeling se mudando de Cuesta Verde, na tentativa de recuperar-se do trauma causado pelos acontecimentos exibidos no primeiro filme. Mas os espíritos acabam seguindo-os novamente, liderados pela tal "Besta". Essa "Besta" é encenada no filme como o Reverendo Kane, tal motivo pela morte de vários seguidores dele antigamente. E seu objetivo é possuir Carol Anne, porque tanto a "Besta" como os espíritos despertam com a inveja e ira da menina, achando que ela seria uma porta para o mundo dos vivos, e fazendo dela, um motivo de "chacota" física com manifestações sobrenaturais, como os objetos desaparecerem, movimentarem, quebrarem, etc. Assustados com o poder dos "poltergeists", Steven e sua mulher decidem pedir ajuda ao índio Taylor, e a clarividente Tangina (que por um motivo sem noção nenhuma, ela não possui mais os seus poderes no segundo filme, é..)
Pela falta de trabalho quanto a história mal roteirizada de "Poltergeist II", o filme permanece investindo em acontecimentos esquizofrênicos e retardados com os espíritos, e procuram se salvar nos atores e direção, além da quantidade imensa de efeitos, motivo pelo qual o filme foi indicado ao Oscar de Efeitos Especiais, que como eu havia dito antes, é ótimo para a época, mas em vista de atualmente, são absurdamente tenebrosos. Um exemplo disso é a cena em que o aparelho dentário do filho Robbie solta-se da sua boca, e os fios de aço se montam em uma espécie de teia de aranha, quase matando seu filho e seu pai. ?????????????
Tanta loucura do clássico é criada, que eles tentam homenagear outros tipos de suspenses fictícios como zumbis rodeando a casa (quase vi Michael Jackson dançando Thriller, porque ela não teve importância nenhuma), uma serra elétrica ganhar vida e tentar serrar o carro onde a família se protegia, ou a melhor do filme: a parte em que Steven acaba sendo possuído pelos espíritos, e acaba vomitando uma espécie de medusa, com hidra e com verme, que volta para o inferno em um cuspe espiritual. TOTALMENTE BIZARRO!
Mas deixemos os efeitos visuais de lado, afinal, mesmo soando ridículo para cenas da atualidade, todos foram criados em décadas passadas e com certeza para a época, foi um salto de modernização do cinema. O pior mesmo do filme é o roteiro (pelo qual estou me decepcionando em vários filmes), uma coisa absurda com total falta de personalidade. O fato da produção decidir adicionar flashbacks do primeiro filme só torna o clima menos criativo para ele.
Há coisas mais importantes que se passam e deixa gritantes as críticas negativas. Tangina procura a família Freeling em meio aos acontecimentos assombrosos, e descobre que existia um cemitério embaixo da casa onde eles se abrigavam, mas não sabe de que época e nem de que cultura. Mas os registros (?) mostram que era uma sociedade religiosa que foi desaparecida misteriosamente, mas a produção decide não trabalhar em NADA. "Poltergeist II" não mostra nenhum fanatismo religioso quanto ao detalhe, e resolve optar-se pela descoberta de que Diane Freeling é uma clarividente vindo da geração de sua mãe, e isso ajuda a própria a descobrir de seu passado e o passado do Reverendo Kane. Mesmo sendo um tipo de fato importante, fazem isso de uma maneira pobre e sem criatividade nenhuma. A coisa tá feia..
Diferentemente do 1, desperdiçam também a atriz mirim Heather O'Rouke, que mesmo fazendo referência em todo o filme, participa pouquíssimas vezes da trama em si, também como a mãe de Diane, que entra na história e sai na mesma cena. Ao contar a família que sua mãe morreu, Diane não tem expressão nenhuma quanto a isso. (minha mãe morreu.. ah! deixa, vamos falar de espíritos?)
E com um final perdido em um climáx de menos de 5 minutos, o índio Taylor monta um portal santo, onde toda a família entra em uma outra dimensão, a dimensão das almas malignas e tentam matar a "Besta" que sem nexo nenhum, é morto por uma lança que o índio coloca dentro do portal.
Com o roteiro perdido, imagina-se que "Poltergeist II" tenha sido um fracasso.. NÃO! Apesar de um clássico trash, o filme faturou pouco mais de 40 milhões que pela época tenha sido bem realizado e muitos desses motivados pela curiosidade do público em voltar ao mundo espiritual que o primeiro trouxe.
O filme é uma continuação ruim, um trash e traz aspectos de cinema muito mal encenados, que por um filme que tem um sucesso enorme, era de se esperar que fosse muito bem montado. Porém o fato dele não se assumir em nenhum momento esses aspectos, deixa quem o assiste bastante chateado..
"Eles estão aqui!" - Poltergeist I
"Eles estão de volta!" - Poltergeist II