Um dos clássicos mais notáveis de Victor Hugo, também autor de "Os Miseráveis". "O Corcunda de Notre Dame" já foi filmado diversas vezes para os cinemas, passando mudanças de lugar, fotografia, e até roteiro. Você conhece algum deles?
Decidi fazer esse tipo de resenha após a folga do blog por ser um assunto que me intrigou muito essa semana, aliás, numa atividade avaliativa da professora de Português da minha escola, estamos vendo os clássicos de "O Corcunda de Notre Dame". Todo esse tipo de filme antigo me deixou bastante curioso pelo fato de vários diretores mudarem o roteiro dos filmes em aspectos históricos, e talvez até essenciais para a obra, deixando assim uma certa "bagunça" em relação a todos eles..
Antes de argumentar sobre tais, "O Corcunda de Notre Dame" é uma obra de Victor Hugo lançado em 1831 que se tornou desde o início um sucesso inevitável. Victor publicou o romance numa das épocas mais cruéis da França (onde a história se passa), descrevendo a luta de classes na sociedade da Idade Média através da maravilhosa cigana Esmeralda, e do tenebroso Quasímodo.
Em todas as histórias cinematográficas (afinal elas são diferenciadas), o Quasímodo é um bebê que foi abandonado às portas da Arquidiocese de Notre Dame, uma das artes mais relevantes da Idade Média, e criado pelo padre Frollo, possui uma certa deformidade em seu corpo e face, tornando-se assim uma aberração para todos os que o vejam. Tocando o sino da arquidiocese a ordens do padre todo dia, Quasímodo conhece Esmeralda, uma cigana muito atraente em um Festival de Paris e a partir disso, vários acontecimentos vão surgindo após os dois se encontrarem..
Mesmo pelo fato dos filmes serem lançados em épocas bastante diferentes, a ordem cronológica de "O Corcunda de Notre Dame" não é respeitada em nenhuma delas, chegando a se tornar filmes mal construídos.. A primeira versão do romance, lançada em 1923 foi de longe a minha preferida, talvez seja pelo motivo de ser a mais antiga, e lançar a história mais contagiante, afinal é um filme totalmente mudo como todos da época, contado em legendas fotográficas, e encenado com um clima mais tenebroso. O filme em si é ótimo e até interessante por ser muito bem dirigido em uma época que existiam pouquíssimas técnicas de cinema, mas é possível contar a história do início ao fim com atuações ótimas e cronografias bem realizadas.
Já a versão de 1939 se encaixa em pequenas partes da primeira. "O Corcunda de Notre Dame" já é conceituado como um filme mais agressivo, partes violentas como a parte em que o Quasímodo é sentenciado com 50 chibatadas numa praça pública em frente a toda a população de Paris, ou como é mostrado o corcunda em si, de uma maneira mais assombrosa e cruel.
Charles Laughton, que dá a vida ao Quasímodo, possuía um ótimo e maravilhoso trabalho de maquiagem quanto ao personagem. Como já dito, o tocador de sinos é retratado como uma figura distinta das outras pessoas, e tratado como um animal agressivo.
As versões de 1996 e 1997 (96 como um musical da Disney) também trazem mudanças de roteiro cinematográfico entre eles, como por exemplo a morte do Quasímodo, onde alguns diretores decidiram adicionar às histórias e outros não. Em 1997, um filme feito décadas depois dos anteriores, o romance se passa de maneira mais moderna e algo que me fez perceber a mudança entre essa versão foi o fato de Esmeralda, a cigana, ser um personagem totalmente mais sedutor, diferentemente dos outros, que não criam algo tão especial.
Já em 1996, a Disney trouxe uma de suas animações consideradas mais sombrias. Um ótimo filme, generalizado como um musical como a maioria dos clássicos da Disney, que foi reconhecido como uma das mais conhecidas versões. Os clássicos Disney são bastante reconhecidos por criar vilões bastante marcantes, desde a Rainha Má de A Branca de Neve até os tempos atuais. Claude Frollo deixa para a animação um ar muito mais sombrio do que as outras versões, e além de ser um filme classificado como Infantil, ele não é tão assim.. A animação lida com temas como inferno, pecado e injustiça social, deixando cenas sombrias e consideradas polêmicas para um filme criado para crianças.
"O Corcunda de Notre Dame" demonstra mais uma vez que apesar de vários roteiros cinematográficos diferentes, a obra de Victor Hugo é memorável em todas elas. Graças a temas sombrios, protagonistas carismáticos e uma boa história, o romance do horrível Quasímodo é totalmente recomendável.
"Eu só queria ter sido feito de pedra como vocês..."